Está na hora de terminar a história que comecei a contar no post anterior, afinal minha meia dúzia de leitores deve estar ansiosa. Muita coisa aconteceu depois que voltei do Wacken, como a turnê com o Hellish e o meu casório! Mas antes de contar novas histórias, vou então continuar minha viagem rumo a Wacken, o Hopi Hari do heavy metal!
TIME TO GO
Uma quantidade notável de cabeludos com camisetas pretas tornaram muito fácil a procura pela fila do check-in da TAP no aeroporto de Guarulhos, até pra alguém sem muita experiência em viagens de avião como eu. Cerca de 100 pessoas estavam indo para o Wacken Open Air 2008! Desci as escadas do aeroporto para registrar meu "recém-ganhado" iPod no galpão da Polícia Federal, e lá encontrei a Cintia e o Vinicius, apresentadores do Stay Heavy! Saímos dali e filmamos um take para o programa, na parte externa do aeroporto, e em seguida fiz
meu embarque. O voo até Portugal foi bem rápido e tranquilo. Fui boa parte da viagem conversando com o Felipe, tecladista da banda Mercuryio, que sentou ao meu lado. Uma das coisas mais legais da viagem ao Wacken foi conhecer uma galera muito parecida comigo, com quem poderia ficar conversando sobre música e bandas de heavy metal por uma semana inteira! O papo nunca acaba.
meu embarque. O voo até Portugal foi bem rápido e tranquilo. Fui boa parte da viagem conversando com o Felipe, tecladista da banda Mercuryio, que sentou ao meu lado. Uma das coisas mais legais da viagem ao Wacken foi conhecer uma galera muito parecida comigo, com quem poderia ficar conversando sobre música e bandas de heavy metal por uma semana inteira! O papo nunca acaba.
Nosso voo fez uma escala em Portugal, e lá pegamos um avião menor com destino a Hamburgo. Chegamos são e salvos à cidade, apesar das fortes turbulências terem assustado um pouco até quem já estava acostumado ao trajeto rumo a Wacken. Saindo do aeroporto, pegamos um ônibus e chegamos ao hotel, onde ficaríamos antes de ir para o vilarejo de Wacken. No saguão do hotel, foram sorteadas as duplas que ficariam em cada um dos quartos. Meu companheiro de quarto foi o Gustavo, webdesigner que já trabalhou com diversas bandas de heavy metal, o que sempre rendia umas boas conversas também.
HAMBURG
Uma das primeiras coisas que me lembro de ter feito em Hamburgo foi procurar um lugar pra comer, junto com um pessoal da excursão, incluindo o Aquiles Priester, que estava lá também pois faria um workshop de batera no Wacken e divulgaria o novo trabalho do Hangar!
Encontramos um McDonalds, peguei meu McChicken e em seguida fomos conhecer a Saturn, uma megastore imensa, com um andar inteiro dedicado a CD's e DVD's... um stand da gravadora Nuclear Blast, contendo um trono típico de capa de CD do Hammerfall, indicava onde estavam
localizados os cd's de heavy metal lá na loja. Taí um programa que geralmente eu teria que fazer sozinho: quem agüenta ficar 4 horas "garimpando" CD's em prateleiras de uma mesma loja, sem ao certo saber o que procura? Pois naquele dia, vasculhei cada canto da megastore com muita calma, e, para minha surpresa, quando terminei minha missão de "caça ao tesouro", toda a galera que tinha ido comigo lá pra megastore ainda estava por lá, e levando pra casa mais cd's do que eu! Coisa difícil de se ver... Mas tudo bem, eu sabia que o METAL MARKET no Wacken ainda me aguardava!
Encontramos um McDonalds, peguei meu McChicken e em seguida fomos conhecer a Saturn, uma megastore imensa, com um andar inteiro dedicado a CD's e DVD's... um stand da gravadora Nuclear Blast, contendo um trono típico de capa de CD do Hammerfall, indicava onde estavam
localizados os cd's de heavy metal lá na loja. Taí um programa que geralmente eu teria que fazer sozinho: quem agüenta ficar 4 horas "garimpando" CD's em prateleiras de uma mesma loja, sem ao certo saber o que procura? Pois naquele dia, vasculhei cada canto da megastore com muita calma, e, para minha surpresa, quando terminei minha missão de "caça ao tesouro", toda a galera que tinha ido comigo lá pra megastore ainda estava por lá, e levando pra casa mais cd's do que eu! Coisa difícil de se ver... Mas tudo bem, eu sabia que o METAL MARKET no Wacken ainda me aguardava!
Apesar do festival em si ter sido obviamente o ponto alto e motivo principal desta viagem, os três dias livres em Hamburgo foram também partes memoráveis daquela semana. Fiquei impressionado com a cidade, não só pela beleza mas também por ver como tudo funcionava bem e de maneira segura. Fiz um bus tour junto com uma parte do pessoal, e pudemos conhecer partes bem legais da cidade... puxando pela memória, nesse momento destacaria o almoço em frente ao Porto, incluindo salsichão, batata frita e Erdinger, a visita à lojinha do time de futebol mais heavy metal do mundo (St. Pauli) e a noite em que fomos para o Headbangers Ballroom, bar tradicional de heavy metal lá de Hamburgo... após algumas horas no "boteco" ao lado, onde comemos e tomamos alguma coisa (incluindo cerveja de rolha!), decidimos entrar no Ballroom. Os brasileiros dominaram o bar naquele dia hehe. As fotos que tenho lá do Balroom transmitem bem a animação daquela noite! Toda vez que ouço "In Union we Stand", do Overkill, me lembro do Ballroom.Saindo de lá, ainda demos uma volta a pé pelo centro da cidade, onde encontramos totalmente por acaso o Andre Matos, que participaria do show do Avantasia no Wacken daquele ano.
WACKEN SPIRIT
Finalmente chega o dia de ir para Wacken e me juntar às 75.000 pessoas que haviam comprado ingressos para o W.O.A., Wacken Open Air 2008, maior festival de heavy metal do mundo! O dia era muito ensolarado e o clima de festa que se sentia ainda na entrada do festival era um negócio indescritível. Nosso ônibus parou em frente a um quiosque, onde comprei uma "Wacken beer" (uma bela latinha preta com o simbolo do festival) pra trazer de volta ao Brasil como souvenir. Em seguida, entramos numa fila para pegar o backstage pass, além da barraca onde dormiríamos e a pulseirinha de identificação para entrar no festival.
Durante os dias do W.O.A, observei várias pessoas com os braços cheios de pulseiras dos anos interiores do Wacken, pulseiras de 4, 5 anos atrás! Como elas são presas com uma espécie de anel de metal, elas resistem com tranqüilidade ao tempo. Por isso, muita gente permanece com as pulseiras mesmo após o fim do festival, como uma espécie de troféu, como uma tatuagem. Essa devoção pela música e pelo festival, junto com o clima de festa e paz em meio à natureza lá do vilarejo é o que as pessoas costumam chamar de WACKEN SPIRIT. Algo difícil de se descrever.
Após uma rápida checada no Medieval Market, chegamos à area de camping dentro do backstage do festival, onde montamos nossas barracas. Feito isto, joguei minhas coisas pra dentro da barraca, fizemos um reconhecimento do local e aguardamos até que os portões do Wacken fossem oficialmente abertos para o público. Mesmo com o acesso ainda fechado, já era possível ver de longe a imensidão daquele lugar, onde eu passaria meus próximos três dias, em meio a muito sol, lama e som!
SHOWS
Enfim os portões se abrem, e uma galera já corre direto para a grade do True Metal Stage, um dos 3 palcos gigantescos do Wacken, onde o Maiden se apresentaria no fim do dia. Vi tantos shows nos três dias que se seguiram, que é difícil lembrar de todos. E embora o meu objetivo seja descrever mais a experiência de ir ao Wacken ao invés de fazer uma resenha do festival, não tem como não falar um pouco de alguns shows! Vou então destacar alguns:
Enfim os portões se abrem, e uma galera já corre direto para a grade do True Metal Stage, um dos 3 palcos gigantescos do Wacken, onde o Maiden se apresentaria no fim do dia. Vi tantos shows nos três dias que se seguiram, que é difícil lembrar de todos. E embora o meu objetivo seja descrever mais a experiência de ir ao Wacken ao invés de fazer uma resenha do festival, não tem como não falar um pouco de alguns shows! Vou então destacar alguns:
- Alestorm: um dos primeiros shows que vi lá no Wacken. Wet Stage completamente forrado de gente, muita lama, alemães insanos cantando que nem piratas e o vocalista da banda tocando um teclado em formato de guitarra (aquele bem típico de Menudos!). Enfim, um show memorável hehehe. Em certo momento, o vocalista disse pra galera "Hello, we're the Running Wild from the Jamaica!". Hehehe, era mais ou menos isso mesmo...
- Ensiferum: Um dos melhores shows do festival, muita energia e presença de palco!Milagrosamente, um ano depois deste show, encontrei um DVD pirata aqui no Brasil, exatamente desse show do Ensiferum! Item de colecionador...
- Children of Bodom: Assisti a esse show bem próximo do palco, tão próximo que em alguns momentos tinha a sensação de que o batera do Children martelava os bumbos diretamente no meu peito, hehehe. Impressionante a potência daquelas caixas de som...
- Iron Maiden: Sem comentários!!!!!!
- Nightwish: Embora muitos tenham falado que a Annette parecia uma animadora de programa infantil lá em cima do palco, curti muito o show deles!
- Torture Squad: Um dos melhores shows do festival, deu orgulho de ser brasileiro!
- Gorgoroth: Literalmente, um teatro curioso de se ver, só poderiam melhorar a trilha sonora! Se o Wacken é o Hopi Hari, o Gorgoroth é a noite do terror!!
- Corvus Corax: Um dos pontos legais do Wacken é a possibilidade de assistir a shows de bandas que dificilmente virão para o Brasil algum dia... foi o caso do Corvus Corax, totalmente desconhecido por aqui, mas que tocou como headliner em um dos dias do Wacken. Praticamente
um show de ópera, com gaitas de fole e outros instrumentos pouco comuns, único show que assisti colado na grade!
METAL MARKET
O Metal Market é uma espécie de galeria do rock a céu aberto, formada por várias tendas vendendo produtos relacionados a heavy metal. O Metal Market por si só já valeria a viagem para a Alemanha. Passei horas procurando raridades por ali, e acabei levando uma verdadeira
baciada de CD's pra casa... 25 CD's ao todo! Entre os itens mais "valiosos", levei dois álbuns do Cryonic Temple, dois do Lonewolf, encontrei o Blood on Ice do Bathory, etc, etc, etc! Fui embora praticamente vesgo, de tanto tempo que fiquei observando as prateleiras de CDs do Metal Market.
BACKSTAGE
O backstage estava aberto para a circulação de todos os brasileiros da excursão, e esse foi um ponto que tornou a viagem ainda mais divertida e tranqüila. Divertida porque nos momentos de cansaço ou quando nao havia nenhum show rolando, podíamos ficar sentados próximos ao bar vip ou conferindo coletivas de imprensa que também rolavam por lá. Alem disso, por ser uma área de acesso mais restrito, era possível tirar um pouco o pé da lama também, sentar em uns sofás e recarregar as baterias pra continuar acompanhando a maratona de shows. Foi ali que pude tirar umas fotos e ver de perto vários músicos, como Doro Pesch, Jorn Lande, Tobias Sammett, entre outros. Numa das noites no backstage, após um dia inteiro de shows, sentei em uma das mesas próximas ao bar, junto com alguns amigos da excursão.... ao nosso lado, um cara totalmente chapado tocava air guitar, ao som de AC/DC... foi só no dia seguinte, durante o show do Children of Bodom, que percebi que o maluco que tocava air guitar na noite anterior realmente era um Guitar Hero: o cara era um dos guitarristas do Children of Bodom!
TIME TO GO... BACK
Chegou então a hora de se despedir de Wacken, voltar para Hamburgo, e se preparar para o retorno ao Brasil. Em Hamburgo, tivemos ainda mais um dia para conhecer e rodar mais um pouco pela cidade. No vôo de volta, fizemos uma escala novamente em Portugal, e desta vez
ficaríamos 07 horas esperando no aeroporto... para aproveitar este tempo, pegamos um taxi e fizemos um passeio relâmpago por Lisboa! Coisa rápida, mas o suficiente pra experimentar um bolinho de bacalhau, um pastel de Belem e conhecer um dos pontos turísticos mais famosos de Lisboa, a Torre de Belem.
RESUMINDO...
Essas são algumas das histórias dos meus dias de Wacken. Acho que consegui cumprir o objetivo de registrar em palavras alguns detalhes que talvez eu esquecesse com o passar dos anos. O Wacken Open Air definitivamente não é uma aventura pra qualquer um: é pra quem gosta
MUITO de heavy metal. Se você gosta um pouco ou gosta mais ou menos, talvez não entenda e não aproveite toda a magia do festival. Eu me senti em casa por lá, e espero voltar assim que possível!
A viagem ao Wacken foi a realização de um grande sonho, e a pulseira do festival, que continua em meu pulso até hoje, é uma maneira de fazer com que eu nunca me esqueça dessa conquista e das alegrias que a vida nos proporciona.
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